Olá, eu sou Deus, e seja bem vindo ao meu podcast, Em Nome de Mim. Hoje o tema é futebol.
Neste programa, eu vou responder a pergunta que todo mundo sempre faz: o quanto eu interfiro no futebol?
Bom, para ser honesto com vocês, a última vez que eu realmente intervim foi com o San Lorenzo em 2014. E isso só para agradar o Francisco. Porque vocês sabem, tinha aquele outro papa lá; a gente não se dava bem. Tava sempre enfezado, eu não entendia uma palavra do que ele dizia. Sem contar o quarto dele; um monte de bandeira vermelha com a foto de um sujeito. Eu perguntava quem era e ele respondia “É Charlie Chaplin”. Mas não nasci ontem, eu sabia que não era o Chaplin. E aí veio o Francisco, do jeito que eu gosto - gente fina e de esquerda. E ele torce pro San Lorenzo, então dei uma força. E que força. Aquele time não tinha bola pra ganhar nem taça Guanabara, o que dirá Libertadores da América. Fez final com o Nacional do Paraguai, para vocês verem o tamanho da ajuda que eu dei. Depois o Francisco ainda veio com graça para ganhar o mundial também. Mas eu disse que pra ganhar mundial de clubes com Buffarini e Cauteruccio, só se ele acabasse com a fome na África. Como você viram, não rolou.
Mas e os jogadores, que estão sempre me agradecendo? Gol, pênalti defendido, título, é sempre graças a mim, graças a mim, graças a mim. Gente, não sou eu. Como diz o Neto, “Eu não jogo mais!”. Imagina se eu tivesse que parar tudo que eu to fazendo para defender pênalti no Linense x Cafelândia, no interior de São Paulo? 45 graus na cabeça? Esquece. Não faço mais isso. Para ser mais honesto ainda, em dia de jogo eu nem olho o celular. É jogo no Brasil inteiro, no mundo inteiro, milhões de pessoas torcendo; ok, metade delas não acredita em mim, mas a outra metade acredita e é gente para cacete. Não dá. Desativo o zap e não quero nem saber. Sem contar que eu precisaria ser muito sem consideração para me preocupar com um jogo de futebol enquanto tem gente morrendo no mundo. Ó, só pra vocês terem uma noção, vou pegar meu celular aqui - neste exato momento tenho uma família com quatro filhos rezando para eu salvar o pai deles que teve um ataque cardíaco, e o Washington, de São Luis do Maranhão, pedindo pra eu ajudar o Sampaio Corrêa. O jogo do Sampaio Corrêa já tá nos acréscimos, e o outro tá lá estrebuchando na ambulância. E aí quem vocês querem que eu ajude? É precioso ter prioridades. O Sampaio Corrêa nem na primeira divisão está.
Dito isso, vamos para minha parte favorita do programa, as perguntas de vocês.
A primeira de hoje, Raçaamorepaixão29 pergunta: “Deus, qual é a sua com o Flamengo?”
Eu já ajudei muito o Flamengo. Principalmente na época do Zico, que sou fã. Vocês não acham estranho que todo sorteio da arbitragem pra jogo do Flamengo, caia sempre o José Roberto Wright? Coincidência? Nada! Era eu. Toda final ou jogo decisivo eu fazia a bolinha do Wright cair, porque ele era coisa nossa. E o flamenguista não me dá esse crédito. Eu fui o responsável pela maior dupla de ataque da historia do rubro-negro, Zico e Wright.
Carlinho98: “Pai Nosso, você gosta de futebol moderno?"
Detesto. Para mim, a ordem das pragas que se abateram sobre a terra é: morte do primogênito, nuvem de gafanhotos e, logo em seguida, o escanteio curto.
Antoniotricolor diz: “Deus, nunca vou te perdoar pelo que você fez com o São Paulo”
Ah, pronto. Você só pode estar de gincana com a minha cara. Fui eu que comprei Paulo Henrique Ganso? Que trouxe Alexandre Pato? Eu que elegi o Leco? Eu que apostei no Diniz? Era só o que me faltava. Cresça e apareça, soberano.
Enzo2002 pergunta: “Deus, Messi ou Cristiano?”
CR7, sem duvidas. Messi, pra começar, nem é da minha jurisdição. Não é de Deus. O Cristiano sim. Aquele abdômen definido, o topete de Clear Gel. Passei 3 dias montando aquilo ali no barro. Meninas, de nada. Meninos, também.
Fogão95 quer saber: "Meu Deus, o que você tem contra o Botafogo?"
Tenho o Flamengo, Vasco, Palmeiras, Corinthians... Brincadeirinha. Mas é pra vocês verem como botafoguense é um bicho traiçoeiro; adora uma mandinga, quando ganha é por causa do sal grosso ou do vira-lata que dorme no ct. Quando perde, vem com Meu Deus, Meu Deus. Vai lá bonitão, faz uma macumba agora, oferenda pra Iemanjá, o que você quiser. Botafogo não me diz mais respeito. Sem contar que salvar o Botafogo é um milagre que já não tenho mais forças nem idade para realizar.
Marcelão: “Meu pai, sou maloqueiro, corinthiano, sofredor graças a Deus. É nóis”
Se assim tá bom para você, é nóis meu filho.
Superézio: “Quando saio com a camisa do Fluminense, meus amigos tiram sarro de mim. O que eu faço?”
Para. Hoje em dia, usar camisa do Fluminense é igual usar camiseta com “A culpa não é minha eu votei no Aécio”; se um dia você teve seus motivos para usar, hoje só serve para passar vergonha.
E a última de hoje, MarianaSilva: “Como é sua relação com os treinadores?”
Pouca. Já me dei bem com o Zagallo, mas isso antes dele começar com aquela papagaiada das 13 letras. “Brasil campeão” tem 13 letras. Bom meu filho, “França é campeã” também tem 13 letras. “Zizou de cabeça” também. Gente, entende de uma vez, eu odeio superstição.
Bom gente, é isso. Agradeço a audiência de vocês. Mandem suas perguntas e não esqueçam de dar seu like e seguir nosso canal. Não esqueçam que Deus tá vendo. Fiquem Comigo, e até a próxima.
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