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Um Brasil de coadjuvantes

Um Brasil de coadjuvantes


A seleção está numa fase horrorosa. Naturalmente, a torcida volta a questionar a qualidade dos convocados, que tem como principal defesa o fato de atuarem nas grandes ligas do futebol mundial. No entanto, faço aqui uma provocação: quantos jogadores do Brasil são, hoje, o melhor jogador do seu time?

Pós-década de 90, quando começou de vez a evasão de atletas para a Europa, nos acostumamos não apenas com a presença de brasileiros nos times de lá, mas também seu protagonismo.

A lista é imensa.

O melhor jogador do Barcelona era o Romário, depois o Rivaldo, depois Ronaldinho Gaúcho. Melhor jogador da Inter era o Fenômeno, posto que Adriano também teve anos depois. Juninho no Lyon, Elber no Bayern, Djalminha no La Coruña, Raí no PSG, Kaká no Milan, Jardel no Porto, Amoroso no Dortmund, Denilson no Bétis, Luis Fabiano no Sevilla, Elano no City, Hernanes na Lazio, Alex no Fenerbahçe e por aí vai.

Seja por times maiores ou menores, a convocação da seleção brasileira, por anos, reunia aqueles que eram indiscutivelmente os principais jogadores de suas equipes. E hoje?

Para ser justo, com a saída de Benzema, Vini Jr. talvez seja atualmente a principal estrela do Real. Bruno Guimarães, no Newcastle, também se enquadra nesse posto de estrela maior do elenco. Mas é só isso.

A maior parte dessa atual geração de convocados é formada por atletas coadjuvantes, peças mais ou menos importantes, alguns até reservas, mas nenhum que seja “dono” de seus times.

O que leva à pergunta óbvia do torcedor: ser reserva na Inglaterra ou na Espanha coloca o jogador acima de outro que atua no Brasil?

Há um discurso simplório do tipo “como não convocar fulano se ele joga na Premier League”, mas joga em que condições? Uma coisa é o Gilberto Silva ou Fernandinho, que foram por anos titulares absolutos de dois timaços que dominavam a liga mais forte do mundo (Arsenal e City, respectivamente). Outra são reservas, ou jogadores que aparecem num contexto de menor expectativa, em times medianos que brigam por meio de tabela em suas ligas.

Confesso que não tenho opinião formada e estou aberto a argumentações, mas a seleção me parece perdida, esperando atuações de estrelas das ligas europeias de quem, na verdade, é coadjuvante das ligas europeias.

Se você acredita em superstição ou coincidências, no entanto, fica um consolo: o Brasil geralmente decepciona quando é favorito, e tende a renascer na crise. Foi assim em 94 pós fiasco da Copa de 90 e em 2002, depois de uma eliminatória trágica, derrota pra Camarões nas Olimpiadas e para Honduras na Copa América. Oremos.

 

 

 
 
 

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